Durante o século XVI, a Europa atravessou uma era de exploração marítima. Durante esta época de navegação, os europeus cruzaram os oceanos, descobrindo as Américas, a Oceânia e a Ásia por mar. Produziram mapas destas novas terras, e alguns destes exploradores também descobriram novos lugares no céu noturno!
Numa noite límpida e estrelada, um explorador português chamado Fernão de Magalhães navegou rumo ao hemisfério sul, cruzando o equador. Na sua viagem de circum-navegação não só encontrou novas terras e mares mas também um céu completamente novo! Dado que o hemisfério sul do nosso planeta tem uma orientação espacial diferente da do hemisfério norte, os habitantes do hemisfério sul olham o céu numa direção diferente, observando estrelas e galáxias que não são visíveis do hemisfério norte. Ao olhar para estes novos conjuntos de estrelas, Fernão de Magalhães observou algo que lhe parecia uma nuvem com o aspeto de um borrão desfocado. À medida que a sua viagem continuava, a “nuvem” não se movia.
Infelizmente, Fernão de Magalhães não completou a viagem, tendo morrido na batalha de Cebu, nas Filipinas. No entanto, a tripulação que terminou a expedição relatou a observação desta “nuvem esborratada”, que em honra de Fernão de Magalhães passou a ter o seu nome, sendo hoje em dia conhecida como Grande Nuvem de Magalhães.
Atualmente sabemos que se trata de uma galáxia anã, cerca de 10 vezes mais pequena do que a galáxia onde habitamos, a Via Láctea. Da mesma forma que o nosso planeta orbita o Sol, esta galáxia orbita a Via Láctea. Esta fotografia é uma imagem aproximada da Grande Nuvem de Magalhães, mostrando duas nuvens de gás e poeira em cujo interior se estão a formar estrelas.
Estas duas nuvens podem classificar-se como “gémeas”, pois além de pertencerem à mesma galáxia progenitora estão sendo iluminadas desde o seu interior por estrelas jovens e extremamente quentes. No entanto, o seu aspeto é muito diferente: uma brilha com uma cor vermelha, e a outra com uma cor azul. A explicação reside na sua composição química. O brilho azul significa que a nuvem da esquerda é composta de oxigénio, enquanto o brilho vermelho nos revela que a outra nuvem é formada por hidrogénio.
Facto curioso
Existe outra galáxia anã que também deve o seu nome a Fernão de Magalhães, sendo chamada Pequena Nuvem de Magalhães. Muitos astrónomos pensam que ambas as galáxias acabarão por ser assimiladas pela Via Láctea!
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